Apesar disso, o País tem uma taxa de
aproveitamento dos recursos mais alta que outras nações que também possuem
florestas tropicais e desenvolvem ações de Redução das Emissões por
Desmatamento e Degradação Florestal (Redd+). Burocracia excessiva é uma das causas
para a demora na liberação do dinheiro.
Resultados preliminares de um estudo em curso no Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) mostram que, dos recursos comprometidos por doadores entre 2009 e 2012 para preservar florestas que ainda estão em pé e evitar emissão de gases causadores do efeito estufa, somente 39% foram, de fato, desembolsados.
Resultados preliminares de um estudo em curso no Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) mostram que, dos recursos comprometidos por doadores entre 2009 e 2012 para preservar florestas que ainda estão em pé e evitar emissão de gases causadores do efeito estufa, somente 39% foram, de fato, desembolsados.
Dos US$ 597 milhões acordados com
quatro fundações privadas e cinco órgãos governamentais (dos EUA e da Europa)
para florestas brasileiras, apenas US$ 231 milhões foram desembolsados pelos
doadores. A maior parte dos recursos foi para ONGs e governos, para divulgar o
debate sobre Redd+ e capacitar comunidades atingidas (como índios), além de
criar políticas públicas.
Os valores foram atualizados em janeiro pelo Idesam. Ao longo do ano, a relação deve se alterar porque as quantias são revisadas constantemente até a conclusão do estudo, em 2015. Apesar de estar abaixo da metade, a taxa brasileira é superior à do Vietnã (18%), Gana (3%) e Equador (1%), onde os recursos demoram mais a chegar. O Brasil recebe quantia bastante superior: o segundo colocado é Gana, que deve receber U$ 574 milhões.
Os valores foram atualizados em janeiro pelo Idesam. Ao longo do ano, a relação deve se alterar porque as quantias são revisadas constantemente até a conclusão do estudo, em 2015. Apesar de estar abaixo da metade, a taxa brasileira é superior à do Vietnã (18%), Gana (3%) e Equador (1%), onde os recursos demoram mais a chegar. O Brasil recebe quantia bastante superior: o segundo colocado é Gana, que deve receber U$ 574 milhões.
Processo. Para chegar à proporção, os
pesquisadores do Idesam mapearam mais de 115 parcerias estabelecidas entre
quatro fundações privadas e cinco entes governamentais (os doadores) com
instituições estatais do Brasil, empresas e organizações não governamentais (os
recebedores de recursos para aplicação). Os pesquisadores entrevistaram
representantes das instituições e analisaram dados financeiros.
Um dos objetivos era identificar qual
relação entre doador/beneficiário é mais efetiva e sugerir que o modelo seja
adotado na Convenção do Clima. Segundo o pesquisador e secretário adjunto do Idesam, Mariano Cenamo, a
pesquisa indica como causa para o atraso a lentidão na liberação do dinheiro e
dificuldade de cadastramento dos projetos. "Há burocracia e procedimentos
complexos na contratação e análise dos projetos por parte dos doadores e baixa
capacidade dos recebedores em gastar o dinheiro e prestar contas das
atividades."
O diretor executivo do Instituto de pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Paulo Moutinho, lista outros motivos: ineditismo e ausência de marco regulatório. "Pelo fato de ser pioneiro e inédito e o Brasil ser o País mais avançado a fazer isso, encontramos uma certa dificuldade de desembolso", diz.
"Há uma certa demora do governo em implementar a estratégia de Redd+. Ele tem a obrigação de fazer a regulamentação, que é uma política pública para distribuição de renda e conservação de florestas.
O diretor executivo do Instituto de pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Paulo Moutinho, lista outros motivos: ineditismo e ausência de marco regulatório. "Pelo fato de ser pioneiro e inédito e o Brasil ser o País mais avançado a fazer isso, encontramos uma certa dificuldade de desembolso", diz.
"Há uma certa demora do governo em implementar a estratégia de Redd+. Ele tem a obrigação de fazer a regulamentação, que é uma política pública para distribuição de renda e conservação de florestas.
Enquanto ficar na abordagem de projeto
por projeto, sem parâmetros e referência, corremos o risco de perder oportunidades e
benefícios."
Não existe uma regulamentação nacional de como o mercado de Redd+ vai funcionar no País. Há pelo menos dois projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional.
O Ministério do Meio Ambiente não se
manifestou sobre o estudo. Disse que elabora um documento que pode ser
colocado em consulta pública este ano, com as diretrizes para este ano, com
diretrizes para o Redd.
Fonte: Felipe Frazão / Bruno Deiro – O Estado
de São Paulo. (08.02.2013)
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