Foto: Ed. Globo |
Uma nova análise publicada neste domingo (9) pelo
periódico Nature Climate Change sugere que as consequências das mudanças
climáticas estão causando a morte de diversas espécies de árvores, levando ao
desaparecimento de muitas florestas nos últimos anos.
A
pesquisa, realizada pela Instituição Carnegie para Ciência da Universidade de
Stanford e pela Universidade do Norte do Arizona, revisou dezenas de estudos
científicos anteriores que avaliavam os impactos ecológicos das mudanças
climáticas, e classificou-os segundo os efeitos nas comunidades de árvores e
outras espécies, os processos ecossistêmicos como um todo, os serviços
florestais fornecidos aos humanos, e o clima.
De
acordo com a análise, as condições cada vez mais secas e quentes na maioria das
regiões do planeta estão levando a ocorrências mais frequentes de, por exemplo,
infestações de insetos e incêndios, que podem afetar desproporcionalmente
algumas espécies de árvores, ou atingir particularmente certas idades ou
tamanhos de árvores.
Em
longo prazo, isso pode levar a mudanças nas espécies dominantes de certas
áreas, ocorrendo por sua vez uma transição para um ecossistema diferente, como
cerrado, pasto ou savana.
E
isso não só alteraria ainda mais o clima – já que as florestas são responsáveis
por absorver 25% do carbono emitido pelas atividades humanas, que intensifica o
efeito estufa –, como também transformaria ciclos hídricos, pluviométricos e de
nutrientes do solo, a umidade atmosférica e a evaporação, entre outros aspectos
ecossistêmicos.
Além
disso, o estudo aponta que mortalidade das árvores também pode causar perdas à
indústria madeireira, mesmo com as sementes e mudas não sendo afetadas. E
embora a pesquisa não tenha analisado o efeito dessas mudanças em outros
produtos utilizados pelos humanos, como frutas ou sementes, ele sugere que
provavelmente haverá alterações nesses setores, já que dependem diretamente do
desenvolvimento das árvores.
“Esse
estudo fornece uma visão geral dos muitos benefícios que as florestas oferecem
aos humanos, da purificação da água à regulação do clima. Muitas destas funções
podem ser prejudicadas pela mortalidade generalizada das árvores esperada com
as mudanças climáticas”, comentou William Anderegg, um dos autores da análise.
Mas
Anderegg observa que as conclusões da pesquisa ainda abrangem poucos fatores de
alteração das florestas e não explica como as mudanças climáticas poderão agir
particularmente nos diferentes tipos de floresta existentes. Além disso, os
efeitos nos diferentes serviços ecossistêmicos fornecidos pelas florestas aos
seres humanos e os impactos de sua alteração também precisam ser mais
estudados.
“A
natureza variada das consequências da mortalidade das florestas significa que
precisamos de uma abordagem multidisciplinar, incluindo ecologistas, biogeoquímicos,
hidrologistas, economistas, cientistas sociais e cientistas climáticos. Um
melhor entendimento da mortandade das florestas em resposta às mudanças
climáticas pode influenciar o manejo florestal, as decisões empresariais e as
políticas”, concluiu Anderegg.
10/09/2012
- Autor: Jéssica Lipinski - Fonte: Instituto CarbonoBrasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário