Plantio de Teca em Espigão D'Oeste (Rondônia) |
Em
2011, Ano Internacional da Floresta, a produção florestal brasileira somou R$
18,1 bilhões: 72,6% de participação da silvicultura (estabelecimento,
desenvolvimento e reprodução de florestas), num total de R$ 13,1 bilhões e
27,4% da extração vegetal (exploração dos recursos vegetais nativos),
correspondentes a R$ 5,0 bilhões. Os dados são da pesquisa Produção da Extração Vegetal e
da Silvicultura (PEVS) - 2011, que investiga, em todos os municípios brasileiros, 38 produtos
oriundos do extrativismo vegetal e 7 da silvicultura.
É crescente a participação da silvicultura na produção madeireira
nacional. De um total de 139.969.520 m³ produzidos de madeira em tora, 89.9 %
são oriundos das florestas plantadas e apenas 10,1% do extrativismo vegetal.
Das 5 478 973 toneladas de carvão vegetal, 75,3% foram produzidos pela
silvicultura e 24,7% pela extração vegetal. Na produção de lenha, entretanto, o
extrativismo vegetal colaborou com 42,1%, de um total de 89 315 636 m³, contra
57,9% da silvicultura.
A publicação completa da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura
(PEVS) – 2011 pode ser acessada pelo link:
A participação de quatro produtos madeireiros
- carvão vegetal, lenha, madeira em tora para papel e celulose e madeira em
tora para outros fins -, somando R$ 13,0 bilhões, detém quase a totalidade do
valor apresentado pela silvicultura; os três produtos não madeireiros (folhas
de eucalipto, resina e cascas de acácia negra) somam R$ 151,8 milhões.
O valor da produção da madeira em tora da
silvicultura somou mais de R$ 8,8 bilhões, divididos quase equitativamente
entre a produção para papel e celulose e a destinada a outros fins. A produção
de madeira em tora destinada para papel e celulose contribuiu com 60,3% no
total obtido pela silvicultura, processo em que todos os produtos madeireiros
obtiveram crescimento, destacando-se o carvão vegetal (19,7%).
Madeira em tora do extrativismo
também teve aumento de produção no ano: 11,5%
A produção extrativa - que compreende coleta
ou apanha, de forma racional (produções sustentadas) ou de forma primitiva e
itinerante (geralmente, em uma única produção) – totaliza, para os produtos
madeireiros, um valor da produção de R$ 4,0 bilhões e para o extrativismo não
madeireiro (látex, sementes, fibras, frutos e raízes, entre outros), R$ 935,8
milhões.
Na extração vegetal, o valor da produção de
madeira em tora foi de R$ 2,7 bilhões. Este foi o único, entre os cinco
produtos madeireiros do extrativismo, a apresentar crescimento entre 2010 e
2011 (11,5%).
Dentre os principais produtos madeireiros da
extração vegetal, o carvão e a lenha apresentaram decréscimo em suas produções
(10,1% e 1,7% respectivamente), quando comparados com as obtidas no ano anterior,
o que se atribui à atuação de órgãos fiscalizadores e ambientais. A quantidade
de madeira em tora, em contrapartida, foi 11,5% superior ao ano anterior,
decorrência, em parte, da liberação para corte de áreas de manejo florestal e
de áreas que serão alagadas por represas.
Apenas seis produtos respondem
por 90,6% do valor da produção do extrativismo não madeireiro
Os coquilhos de açaí se destacam no
extrativismo vegetal não madeireiro com o valor de produção de R$ 304,6
milhões. Somados às amêndoas de babaçu (R$ 142,2 milhões), fibras de piaçava
(R$ 123,4 milhões), erva-mate nativa (R$ 118,0 milhões), pó de carnaúba (R$
90,2 milhões) e castanha-do-pará (R$ 69,4 milhões), representam 90,6% do valor
total nesse grupo. Apenas 16 produtos extrativos não madeireiros tiveram
aumento de produção quando comparados ao ano de 2010, com destaque para o item
“outras fibras”: 456,9% de aumento, atribuído à extração de uma palmeira nativa
do Cerrado, utilizada na confecção de vassouras. Tiveram aumentos expressivos também,
entre os dois períodos, a produção de sementes de oiticica (73,0%) e a de
frutos do açaí (73,1%).
Entre os não madeireiros da silvicultura, a
resina (R$ 137,5 milhões) detém cerca de 90% do valor total da produção não
madeireira. Tal como quase todos os demais itens da silvicultura, este produto
teve uma variação positiva de 2010 para 2011, quanto ao volume produzido.
Apenas dois produtos registraram variação negativa: as folhas de eucalipto e as
cascas de acácia negra, respectivamente, de 41,4% e 1,5%.
Norte e Nordeste, à frente no
extrativismo; Sul e Sudeste, na silvicultura
Um balanço regional da produção florestal do
país mostra que a concentração de produtos é diferenciada, conforme o processo
produtivo: a região Sul se destaca com dois produtos não madeireiros da
extração vegetal: erva-mate (99,8%) e pinhão (97,9%). As demais produções do
extrativismo vegetal se concentram nos estados da região Norte – principalmente
açaí (94%) e castanha-do-pará (94,7%) – e região Nordeste - amêndoas de babaçu
(99,6%), fibras de piaçava (96,77) e pó cerifico de carnaúba (100%).
Já na silvicultura, o predomínio fica com as
regiões Sul e Sudeste, tanto para os madeireiros quanto para os não
madeireiros, estes, assim distribuídos: folhas de eucalipto (89,0%) e resina
(59,2%) no Sudeste e casca de acácia negra no Sul, com 100% dessa produção
oriunda do Rio Grande do Sul. A região Sul responde também por 33,6% da
produção de resina. Quanto aos madeireiros da silvicultura, o Sudeste se
destaca na produção de carvão vegetal (84,0%) e de madeira para papel e
celulose (38,7%). O Sul fica em primeiro lugar na produção de lenha (69,1%) e
de madeira em tora para outros fins que não papel e celulose (65,4%).
Produção não madeireira da
extração vegetal: açaí cresce 73,1% em 2011
A produção de fruto
do açaí, em 2011 (215.381 toneladas), cresceu 73,1% em relação
ao ano de 2010, com aumento em quase todos os estados produtores, à exceção da
Bahia e do Tocantins. O crescimento mais expressivo ocorreu no Amazonas (89.480
toneladas em 2011, contra 3 256 toneladas em 2010), onde se localiza também o
maior produtor municipal, Codajás. Todavia, a liderança na produção coube ao
Pará (109.345 toneladas), que abriga 12 dos 20 maiores municípios produtores
(oito são amazonenses), que juntos são responsáveis por 71,4% da produção
nacional.
Mantendo a posição de maior estado produtor
de amêndoas de babaçu,
o Maranhão (96 160 toneladas) detém 93,8% da produção do País, com destaque
para o município de Vargem Grande (5.967 toneladas). O estado abriga os 20
maiores municípios produtores (55,6% da produção nacional em 2011, 102.499
toneladas). O decréscimo de 3,4%, bem próximo à evolução negativa registrada
nos últimos anos, indica uma tendência de queda paulatina na produção.
Com um total de 59.360 toneladas, que
representam 96,7% do quantitativo nacional (61.409 toneladas), a Bahia mantém a
liderança na produção de fibras de piaçava,
apesar da queda de 3,7%, em relação a 2010. Lá se encontram 16 dos 20 maiores
municípios produtores de piaçava do País, que, juntos com quatro amazonenses,
são responsáveis por 99,7% da produção nacional. Ilhéus vem à frente com 20.281
toneladas produzidas em 2011.
Dos 20 maiores municípios produtores de erva-mate,
15 são paranaenses, com destaque para São Mateus do Sul, que produziu, em 2011,
32.940 toneladas e, junto a três catarinenses e dois gaúchos, responde por
67,7% da produção nacional. A produção total de 2011 (229 681 toneladas)
representou um ligeiro acréscimo de 1% em relação ao ano anterior. O estado do
Paraná liderou a produção com 169.549 toneladas.
São do Nordeste os maiores produtores de pó
cerífero de carnaúba, destacando-se o Piauí, com 12.569
toneladas e o município piauiense, Campo Maior. Do volume total apresentado
pelo Brasil em 2011(18.636 toneladas), 53% foram produzidos em 12 municípios do
Piauí, sete do Ceará e um do Maranhão.
A produção de castanha-do-pará,
em 2011, 4,4% superior à de 2010, apresenta-se como resultado da grande procura
pelo produto, principalmente por empresas ligadas ao comércio exterior. O
principal estado produtor foi o Amazonas (14.661 toneladas), seguido de perto
pelo Acre (14.035 toneladas) e, em maior distância, pelo Pará (7.192 toneladas)
Os 20 maiores produtores no ranking dos municípios - sete do Amazonas, sete do
Acre, quatro do Pará e dois de Rondônia – respondem por 74,3% da produção
nacional. O primeiro lugar é do amazonense Beruri, que produziu 6.100
toneladas.
Na silvicultura, maior queda
(41,4%) foi a de folhas de eucalipto,
A queda, de 2010 para 2011, de 41,4% na produção
de folhas de eucalipto explica-se pelo fato de alguns
municípios produtores não terem realizado, no ano passado, a coleta das folhas,
utilizadas na fabricação de óleo essencial (eucaliptol). Assim, a produção de
56.797 toneladas foi coletada em apenas 16 municípios. O principal município
produtor, São João do Paraíso (32.603 toneladas), é responsável por parte muito
expressiva da produção de Minas Gerais (39.947 toneladas).
A produção de resina é bem diversificada do ponto de vista
regional. O principal município produtor, Paranapanema (7.980 toneladas) fica
no estado de maior produção, São Paulo (37.563 toneladas), mas completam o
ranking municípios de várias regiões do país: cinco do Rio Grande do Sul, oito
de São Paulo, um de Mato Grosso do Sul, dois de Minas Gerais, um da Bahia e
dois do Paraná. Juntos, os 20 respondem por 82% da produção nacional (71.619
toneladas), que registrou um ligeiro crescimento (0,8%), em relação ao ano
anterior.
Explorada em um único estado - o Rio Grande
do Sul - e com uma produção de 105.578 toneladas (1,5% inferior à quantidade
obtida em 2010), as cascas de acácia-negra vêm, nos últimos anos, apresentando
queda na produção, devido ao baixo preço do produto. O principal município
produtor, em 2011, foi Barão do Triunfo.
No extrativismo madeireiro, em
2011, só cresceu a madeira em tora (11,5%)
A produção de oito estados brasileiros
responde por 95% da quantidade de carvão vegetal obtido do extrativismo que, em 2011,
totalizou 1.351.192 toneladas, caindo 10,1% em relação a 2010. O principal
produtor foi Mato Grosso do Sul (359.314 toneladas), mas é maranhense o
município de maior produção: Grajaú (85.476 toneladas) lidera o ranking dos 20
maiores produtores.
A produção de lenha da extração vegetal, em 2011
(37.574.207 m³), também foi 1,7% inferior à do ano anterior. A Bahia (9.171.091
m³) - maior produtor - abriga 10 dos 20 municípios de maior volume produzido,
encabeçados por Xique-Xique (677.655 m³).
A madeira em tora foi o único produto madeireiro da
extração vegetal que apresentou aumento na produção de 2011, com um acréscimo
de 11,5%, em relação a 2010. Dos 14.116.711 m³ produzidos, o Pará participou
com 5.653.358 m³ (40%), se caracterizando como o principal estado produtor.
Pará, Acre, Rondônia, Bahia e Mato Grosso participam com 82% do total nacional.
Dos 20 municípios maiores produtores, 11 são paraenses, com destaque para Baião
(659. 764 m³).
Produção madeireira da
silvicultura: MG produz 81% do carvão vegetal
A necessidade de suprir a demanda das
siderúrgicas e de vários setores que utilizam o carvão
vegetal como
fonte energética proporcionou um aumento na produção neste item da silvicultura
de 19,7%, em relação a 2010 (em 2011, foram produzidas 4.127.781 toneladas). O
principal estado produtor é Minas Gerais (3.351.614 toneladas, correspondentes
a 81% da produção nacional), tendo à frente o município de João Pinheiro
(8,2%).
Com um aumento de 7,6% em relação ao ano
anterior, a quantidade de lenha da silvicultura, em 2011, atingiu
51.741.429 m³, dos quais 14.364.067 m³ foram produzidos no Rio Grande do Sul.
No ranking dos 20 maiores produtores, o Paraná aparece com quatro municípios,
sendo Telêmaco Borba o principal produtor (1.721.697 m³).
A produção de madeira
em tora para papel e celulose, no ano passado, foi de 75.
882.049 m³, um crescimento de 8,7%, em relação a 2010. O principal estado
produtor é São Paulo, com 18. 932.703 m³. Entre os 20 municípios de maior
produção, Caravelas (Bahia) veio à frente, em 2011, com 3.719.102 m³.
A produção de madeira
em tora para outras finalidades, em 2011, foi de 49.970.760 m³,
8,7 % superior à obtida em 2010. O Paraná é o maior estado produtor (18.020.996
m³). O ranking, entretanto, é encabeçado por um município paulista,
Itapetininga, com 3,9% da produção nacional.Fonte: Comunicação Social - IBGE (06.12.2012)
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