sábado, 5 de outubro de 2013

Especialista fala sobre potencial da indústria de reflorestamento

Maquete na Expojipa - Ji-Paraná-RO.
O especialista em reflorestamento Adilson Pepino construiu uma maquete de uma típica propriedade rondoniense, instalada na entrada da Expojipa, no parque de exposições de Ji-Paraná. A intenção da equipe de Adilson Pepino foi demonstrar a importância da produção de madeira de reflorestamento, seguindo as normas da legislação ambiental, para o futuro da economia do Estado.

Para os visitantes da Expojipa interessados em conhecer os detalhes da maquete, estão identificados, por exemplo, as matas ciliares e o córrego, reserva legal, área de pasto e área degradada, além do rebanho, animais silvestres etc. Esta semana, o especialista recebeu a visita de uma equipe da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Social (SEDES).

“Reflorestamento representa o futuro de Rondônia”, não se cansa de repetir Adilson Pepino, que destaca a qualidade do solo, o clima quente e a abundância de água como fatores naturais para impulsionar a produção. “Com apoio das instituições de fomento e incentivo ao empresariado, podemos ir muito longe”, afirma.
Lucratividade
De acordo com Adilson Pepino, do ponto de vista do produtor, o cultivo do eucalipto tem um custo que varia de R$ 3,2 mil a até R$ 5,4 mil por hectare – incluindo aquisição de mudas, adubação, correção de solo e outros itens. Mas ele aconselha que o plantio seja feito em áreas de, no mínimo, 40 hectares. “Pequenos produtores devem buscar parcerias, pois a atividade requer um investimento maior nos primeiros anos”, diz.
A produção demora cerca de seis anos para gerar rendimentos – que atingem, na pior das hipóteses, 300 metros cúbicos por hectare. Se a madeira for vendida para fazer lenha, hoje a valores que atingem R$ 85 por metro cúbico, é possível garantir um faturamento de R$ 25.500,00 por hectare – ou R$ 4.250,00 por ano, em média.
Outra fonte de rendimento gerada pelo eucalipto, ainda mais interessante, é a extração de resina, que tem ótima cotação de preços e pode ser comercializada a partir do sétimo ano após o plantio. A produção de resina por hectare de pinus caribaea atinge de 3 a 4 toneladas por ano. Hoje, os preços variam de R$ 1,20 a até R$ 3,60 o quilo. Ou seja, é possível faturar de R$ 3,6 mil a até R$ 14,4 mil por hectare com a resina.
Exportação
No caso da teca, que é uma espécie muito valorizada para a exportação – hoje, toda a produção de Rondônia é exportada diretamente para a China – os preços variam de US$ 495 a US$ 685 o metro cúbico. Isso corresponde a valores entre R$ 1,1 mil a até R$ 1,4 mil por metro cúbico de teca.
Embarque te teca para Índia em Porto Velho-RO.
E uma informação impressionante: em Rondônia, a teca leva 18 anos para atingir a maturação, enquanto na Ásia, onde a espécie é nativa, demora cerca de 80 anos para atingir o mesmo tamanho. “Rondônia é o melhor lugar do mundo para se plantar teca, falta apenas investir em maquinário e tecnologia para que as nossas indústrias madeireiras produzam com a mesma eficiência de outros estados, como o Pará”, diz Adilson Pepino.
O plantio deve ser realizado entre os dias 20 de novembro e 20 de dezembro – época considerada ideal para o cultivo em Rondônia.
Preservação
O reflorestamento também tem a função de substituir o manejo de matas nativas. Adilson Pepino, com mais de 30 anos de experiência na atividade, cita o exemplo de um plano de manejo convencional, onde a legislação atual permite que sejam retirados 30 metros cúbicos de árvores nativas por hectare a cada 30 anos.
No caso do pinho cuiabano, ou paricá, é possível produzir 185 metros cúbicos por hectare em apenas 6 anos. Ao final de 30 anos, em apenas um hectare, serão produzidas cinco lavouras de paricá, totalizando 925 metros cúbicos – deixando de agredir, portanto, 30 hectares de mata nativa.

O mesmo pode ser feito, por exemplo, com a teca, que produz em média 550 metros cúbicos em 30 anos, poupando 18 hectares de matas nativas. Mas os melhores resultados são obtidos com o eucalipto – que em apenas um hectare, produz o suficiente para preservar o equivalente a 50 hectares de matas.
“O eucalipto rende 300 metros cúbicos a cada seis anos, o que corresponde a 1.500 metros cúbicos ao final dos 30 anos, que é o período em que poderá ser feito um novo manejo dentro da área de mata nativa”, explica Pepino.
 Fonte: SEDES-RO.

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