quinta-feira, 16 de maio de 2019

Produção de móveis sustenta tendência de crescimento

Extração de teca em Alta Floresta-MT
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a produção industrial geral recuou em março de 2019, após ligeiro aumento em fevereiro, a produção do setor moveleiro subiu 5,3% em março ante fevereiro. 

A produção no setor industrial como um todo declinou pouco mais de 6% em maio de 2018 e no setor de móveis houve uma queda na produção do primeiro trimestre, apesar dos bons números em março. 


Obstáculos fiscais no setor florestal 

Recentemente, realizou-se uma reunião entre representantes do Centro dos Produtores e Exportadores de Madeira de Mato Grosso (CIPEM), Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt) e Secretaria de Estado do Mato Grosso (SEFAZ) para discutir assuntos tributários e fiscais. Questões políticas que estão impactando negativamente o desenvolvimento do setor florestal no estado. 

Uma grande preocupação foi o nível de tributação sobre os logs no regulamento da Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Discussões sobre isso estão em andamento desde o ano passado e o CIPEM está discutindo com os governos estaduais maneiras de garantir incentivos fiscais para as pequenas empresas florestais e madeireiras que compõem 90% do setor florestal no estado.


Madeira de teca serrada em Rondônia
Uma segunda questão discutida dizia respeito à taxa de identificação de madeira que passou de pouco mais de R$ 2 por metro cúbico para mais de R$ 10, o que significa que os empresários pagam cerca de R$ 600 por caminhão de madeira em vez dos R$ 90 arrecadados no passado. 

A SEFAZ explicou que essas acusações estão estabelecidas na Lei 235/2005 e que a SEFAZ não tem autoridade para mudar isso, a única solução seria a aprovação da nova lei que está sendo considerada. A CIPEM expressou preocupação com as muitas questões que retêm o setor florestal, especialmente porque o setor florestal representa a quarta maior economia do estado de Mato Grosso. 

Exportações do agronegócio no Mato Grosso do Sul

No Estado de Mato Grosso do Sul, na região amazônica, as exportações do agronegócio geraram receitas de US$ 1,13 bilhão no primeiro trimestre de 2019, respondendo por mais de 90% de todas as receitas de exportação. O setor de produtos florestais é o mais destacado dos analistas, gerando uma participação de quase 50% da receita total.

ABIMCI atende importadores alemães

Plantações de Eucaliptos no Mato Grosso do Sul
A Federação Alemã de Comércio de Madeira (GD Holz) convidou a Associação Brasileira da Indústria Madeireira Mecânica (ABIMCI) para participar da reunião de importadores. A ABIMCI teve a oportunidade de interagir com mais de 100 importadores alemães e aproveitou para informá-los sobre o setor madeireiro brasileiro, as perspectivas de fornecimento futuro, certificações de qualidade e rastreamento de origem madeireira.

Durante o evento foram debatidas amplas questões comerciais, especialmente a atual situação de fornecimento, qualidade do produto, barreiras comerciais e técnicas, questões de documentação sobre origem do produto (EUTR, Due Diligence, etc.) e avaliação da certificação CE.

Fonte: ITTO (Tropical Timber Market Report)

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Como limpar móveis de teca

Os móveis de teca são feitos de um tipo de madeira que é naturalmente mais resistente ao desbotamento e aos danos das intempéries do que os demais. Por isso, o material é bastante comum na carpintaria. Ainda assim, as peças de mobília precisam de determinados cuidados para durar bastante tempo. De forma geral, basta esfregar uma solução de água e detergente na superfície delas. Com o tempo, você também pode ter que pintar ou aplicar óleos especiais para proteger os móveis.

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    Comece na base do móvel. Sempre comece a limpeza dos móveis de teca pela base até chegar ao topo. Assim, você vai evitar deixar manchas ou irregularidades com o processo ou a solução de limpeza.[1]
    • É até mais fácil começar por cima, já que ela é a parte mais visível do móvel. Ainda assim, você pode danificá-lo ou estragar a sua aparência.
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    Passe uma solução de água e detergente no móvel de vez em quando. Essa é a melhor forma de deixar a peça tinindo. Repita o processo uma vez a cada duas ou três semanas para evitar que ele fique descolorido ou com acúmulo de sujeira ou mofo. Basta passar uma esponja com detergente líquido neutro na superfície.[2]
    • Você também pode acrescentar uma mistura de água sanitária ou vinagre ao detergente para otimizar a limpeza.
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    Enxague bem o móvel. Tire todos os resíduos de detergente, pois o produto pode causar mais acúmulo de sujeira com o tempo. Se você fizer a limpeza em um lugar aberto, use uma mangueira de jardim.
    • Se você for limpar o móvel em um local fechado, use um pano úmido para tirar os resíduos de detergente e enxague-o com frequência para não acabar reaplicando o produto sem querer.
    • Deixe o móvel secar naturalmente depois de enxaguar o detergente.
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    Tire as almofadas do móvel. O óleo da teca costuma vazar, principalmente nos primeiros meses após a aplicação, e acaba manchando os tecidos com os quais ele entra em contato. Se o móvel em questão tem almofadas, guarde-as em outro lugar para deixar a peça mais bonita e duradoura.[3]
    • Isso é ainda mais importante quando está chovendo e logo depois de passar óleo no móvel.
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    Não lave o móvel com uma lavadora de alta pressão. A lavadora é útil para limpar várias superfícies, mas não os móveis de teca. Apesar de parecer uma solução simples, esse método pode desgastar a superfície com o tempo e causar ainda mais prejuízo. Se a madeira ficar rachada, por exemplo, a água que atingir o local em alta velocidade vai deixá-lo deformado.[4]
    • A lavadora de alta pressão também acaba removendo a camada de acabamento que protege a teca, deixando o móvel mais suscetível a danos.

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Tirando a sujeira e as manchas

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    Faça uma solução de limpeza com água sanitária. Misture 1 xícara (240 ml) de água sanitária, 1 xícara (240 ml) de detergente de roupas e 4 litros de água morna. Esses ingredientes geram uma solução de limpeza que é forte o bastante para tirar a maioria das manchas e dos resíduos de sujeira, mas não a ponto de danificar o móvel.[5]
    • Como sempre, tenha cuidado para não deixar a solução respingar em outros materiais.
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    Passe a solução de água sanitária com um pincel. Use um pincel de plástico com cerdas macias para espalhar a solução e esfregue-a com cuidado na teca. Depois, espere cerca de 15 minutos e enxague o produto com água.
    • Faça essa limpeza em um ambiente aberto. Se você tiver que limpar o móvel em um local fechado, disponha um pano no chão para evitar os respingos da solução.
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    Passe uma escova no móvel. Em vez de lavar toda a sujeira (o que pode acabar tirando a camada de proteção do móvel), você pode usar uma escova pequena para fazer uma limpeza mais controlada. Passe-a com cuidado nas manchas e imperfeições, mas não coloque muita força no movimento.[6]
    • Você pode molhar a teca antes para otimizar a limpeza com a escova. Deixe a água correr pelo móvel para tirar as sujeiras durante o processo.
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    Use um produto de limpeza comercial para teca. Esse método é mais agressivo no combate às manchas e aos sinais de desgaste. Por isso, ele é mais ideal para móveis que ficaram expostos às intempéries por muito tempo. Basta aplicar a solução na teca e esfregá-la com um pincel macio. De forma geral, deixe o produto na madeira por cerca de 15 minutos e enxague com a mangueira quando terminar.[7]
    • Siga as instruções de aplicação da garrafa.
    • Compre algo que tenha ácido oxálico como ingrediente ativo.
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    Enxague a solução de limpeza. Seja qual for o método (produto comercial ou solução caseira), você vai ter que enxaguar os resíduos depois de terminar. Use uma mangueira de jardim e deixe o móvel secar naturalmente.
    • Se você estiver limpando o móvel em um ambiente fechado, use um pano úmido para tirar os resíduos finais.

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Evitando danos no futuro

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    Passe um óleo na teca. Compre um óleo de tungue ou linhaça em uma loja de produtos naturais e aplique-o no móvel. Use um pincel para fazer movimentos uniformes por toda a superfície. Você também pode usar um pano úmido para tirar o excesso do produto conforme avança. Continue até quase saturar a mobília — mas sem exagerar.[8]
    • Limpe bem o móvel de teca antes de aplicar o óleo.
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    Passe uma resina sintética na teca. Esse tipo de selador ajuda a proteger o móvel dos elementos da natureza e dos possíveis danos no futuro. Compre-o em uma loja de tintas e aplique usando um pincel. Depois, deixe a resina secar completamente por cerca de 24 horas antes de voltar a usar o móvel.[9]
    • Compre um selador que seja adequado para a teca.
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    Repinte a madeira uma vez a cada dois ou três anos. Assim como qualquer outro objeto de madeira, a teca precisa de uma demão de tinta periódica, pois o produto perde o efeito com o tempo. Quando você começar a notar rachaduras e falhas no móvel, organize-se para repintá-lo e reparar esses danos.[10]
    • Este passo não é indispensável para quem prefere deixar o móvel com um aspecto mais natural. Ainda assim, a teca precisa de limpeza constante.
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    Guarde o móvel em um local protegido da luz do sol. Nada faz a teca envelhecer mais que a exposição direta e constante à luz do sol. Isso deixa o móvel com aspecto desgastado — e ele acaba precisando de mais manutenção. Tente colocar a peça em um local sombreado, pelo menos durante o dia.[11]
    • Guarde o móvel em um local protegido nos meses mais ensolarados e chuvosos do ano e quando você não o usar com tanta frequência.

Materiais Necessários

  • Detergente neutro líquido.
  • Detergente de roupas.
  • Água sanitária.
  • Produto de limpeza comercial para teca.
  • Pincel de cerdas macias.
  • Óleo de tungue ou linhaça.
  • Resina sintética para selar.

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Mato Grosso deve duplicar a área de manejo florestal até 2030

Plantação jovem de teca no MT
No Estado do Mato Grosso existem cerca de 3,2 milhões de hectares de florestas manejadas sustentavelmente e espera-se que este número aumente para 6 milhões de hectares até 2030.

Em todos os 44 municípios do Mato Grosso, a economia doméstica é impulsionada pelo setor florestal, que ocupa o 4º lugar entre todos os setores econômicos. Em 2017, o setor florestal contribuiu com mais de R $ 47 milhões em impostos e mais de R $ 16 milhões para o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (FETHAB).

O manejo florestal em Mato Grosso é muito complexo e envolve o cumprimento de vários regulamentos. Além disso, autorizações e supervisão de atividades florestais, incluindo colheita, transporte e comércio, envolvem vários órgãos governamentais, incluindo o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis ​​(IBAMA), o Instituto de Defesa Agropecuária (INDEA) e a Polícia Rodoviária Federal brasileira. tornando a administração excessivamente burocrática.

O Centro de Produtores e Exportadores de Madeira do Estado de Mato Grosso (CIPEM), em conjunto com o Fórum Nacional de Atividades Florestais (FNBF) e SEMA-MT, realizou recentemente um workshop dedicado à experiência prática em manejo florestal com o objetivo de dialogar com as agências reguladoras, para que entendam melhor o setor florestal.
Ao realizar o workshop, o CIPEM esperava demonstrar seu compromisso com a legalidade e educar os órgãos do governo e a sociedade sobre o que significa conservar as florestas amazônicas por meio do manejo florestal sustentável.

IEMI apresenta dados do mercado de móveis De acordo com um relatório do instituto de pesquisa de mercado IEMI publicado este ano, a produção de móveis em 2017 mostrou sinais de recuperação após anos de quedas consecutivas.

O relatório diz que, embora o crescimento seja moderado (0,3%) em 2017 em relação a 2016, a virada é importante para a indústria, indicando a estabilização do mercado e o início de uma nova era para o mercado doméstico de móveis.

Outra observação importante foi a retomada do crescimento das importações de móveis, que, embora representem apenas 2,6% do consumo nacional de móveis, cresceram 46% no ano passado.

As exportações de móveis permaneceram relativamente estáveis ​​nos últimos cinco anos, representando cerca de 3,5% da produção nacional. Para 2018, as estimativas preliminares apontam para um crescimento mais significativo na produção de móveis em mais de 4% em comparação com 2017. O relatório conclui que pode haver um crescimento significativo das exportações em 2018.

Indústria madeireira brasileira promove negócios na Europa Em reunião com a Agência Belga de Investimentos (AWEX), representantes da ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria Madeireira Mecânica) concentraram-se em atrair investimentos de empresas belgas.

 Os representantes da ABIMCI também realizaram uma reunião com a Organização Mundial de Aduanas (OMA) para desenvolver a cooperação técnica entre as administrações aduaneiras e promover a simplificação dos padrões internacionais e sua aplicação harmonizada.

Fonte: Tropical Timber Market

quarta-feira, 7 de março de 2018

Área maior do que a região Sul está à mercê do desmatamento ilegal na Amazônia

São 70 milhões de hectares; entre 2010 e 2015, 25% da derrubada de floresta na região foi registrada ali. 

Brasília/Belém, 5 de março de 2018 - Uma área maior do que toda a região Sul do Brasil – 70 milhões de hectares – coberta por florestas está hoje à mercê de grileiros e desmatadores ilegais na Amazônia. Destinar essa área para conservação e uso sustentável pode ser o melhor caminho para protegê-la e permitir que o Brasil cumpra sua meta de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, dentro do combate global às mudanças climáticas.
Essa é a defesa que os pesquisadores Claudia Azevedo-Ramos, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea/UFPA), e Paulo Moutinho, do IPAM, fazem num artigo que será publicado na edição de abril da revista “Land Use Policy”, já disponível na versão on-line (www.sciencedirect.com/journal/land-use-policy).
Com o sugestivo título de “Terra de ninguém na Amazônia”, os dois elencam justificativas e caminhos para tornar essas florestas públicas, federais e estaduais, em áreas protegidas. Hoje elas não estão destinadas a nenhum tipo de uso, apesar de sua importância para o equilíbrio climático.
Esses 70 milhões de hectares estocam 25 bilhões de toneladas de gás carbônico (CO2), equivalente à soma da emissão brasileira de gases do efeito estufa por 14 anos. É motivo mais do que suficiente para manter as florestas como estão. Isso é especialmente importante quando leva-se em conta a meta climática que o Brasil se comprometeu internacionalmente: atingir, até 2025, uma emissão anual de 1,38 bilhão de toneladas de CO2, ou uma queda de 87% à taxa registrada em 2014.
“As florestas públicas não destinadas na Amazônia hoje atuam como um grande sistema de irrigação e um verdadeiro ar-condicionado gigante, dos quais dependem a produção agrícola da região”, diz Moutinho. “Deixar essa área à mercê do desmatamento pode colocar em risco a pujança futura do agronegócio e a ambição brasileira de tornar o país o ‘celeiro do mundo.”
O tempo urge
O alerta dos pesquisadores contém outro número impressionante: 25% do desmatamento registrado na Amazônia entre 2010 e 2015 aconteceu dentro dessas áreas públicas desprotegidas. A taxa, traduzida em emissões de CO2, chega a 200 milhões de toneladas, volume equivalente a quase metade do que o setor de energia no Brasil emitiu em 2016, de acordo com dados do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa).
Os autores do estudo defendem que os governos destinem os 70 milhões de hectares para conservação e para usos sustentáveis dos recursos naturais, de forma a manter a cobertura florestal que, por sua vez, permite ao regime de chuvas ficar minimamente estável.
“Não há nenhuma justificativa econômica suficientemente forte para defender que essas áreas com florestas públicas sejam convertidas em lavoura ou pasto frente à área já desmatada na Amazônia”, afirma Moutinho. Cerca de 10 milhões de hectares já foram derrubados na região e estão subutilizados. É terra suficiente para aumentar o crescimento de produção agrícola almejado pelo governo brasileiro.
Para evitar longos e burocráticos processos de criação de unidades de conservação, os pesquisadores propõem um sistema escalonado de destinação, com uma fase de transição em que grandes trechos de terra seriam declarados sob a responsabilidade de uma única agência do governo, apropriada a este fim.
“A declaração oficial de que o governo está presente e cuida dessas florestas ajuda, por si só, a afastar ações ilegais”, explica Azevedo-Ramos. “Mas não se pode parar por aí. Estudos detalhados posteriores devem definir seu correto e definitivo destino, seja ele social, econômico ou de proteção.”
Segundo os autores do artigo, a ideia não é “cercar” todas essas áreas para afastar invasores, mas associar a proteção às atividades sustentáveis para fomentar a economia local. “Estimular uma economia de base florestal, por exemplo, é essencial para garantir a conservação de largas extensões de florestas na Amazônia”, diz a pesquisadora. “Uma área protegida de uso sustentável, por exemplo, tem a vantagem de incluir pessoas, fomentar o uso econômico e ser melhor aceita pelos estados, pelos municípios e pela sociedade do entorno. Portanto, possui maior probabilidade de ser criada em curto prazo e de apresentar benefícios locais.”

O MAPA EM ALTA RESOLUÇÃO PODE SER BAIXADO EM 
Mais informações para a imprensa:
Cristina Amorim - (61) 99127-6994
Fonte: Ipam.org

Agrossilvicultura um grande negócio no Brasil

Florestas integradas ao cultivo: o desafio brasileiro de diminuir a pegada de carbono na agricultura

Em 40 anos, o Brasil deixou de ser importador de alimentos e produtos agrícolas para ser uma das maiores potências mundiais desses produtos. O ganho na produtividade e aumento na eficiência do cultivo fizeram o agronegócio crescer e ganhar peso dentro do PIB nacional. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta que, englobando toda a cadeia produtiva (insumos, agropecuária, indústria e serviços), a estimativa de participação é de 23,5% no PIB de 2017, com projeção de crescimento para este ano.
Ao mesmo tempo, o setor de Uso de Terra no Brasil tem uma grande pegada de emissão de carbono: cerca de 70% de todas as emissões de gases do efeito estufa (GEE) provém daí. A agricultura, pecuária e outras atividades extrativas têm impacto direto nesse índice. Por isso, há uma enorme necessidade de repensar e reformular a produção para controlar danos ambientais. André Guimarães, co-facilitador da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), destaca esse como o grande desafio brasileiro. “Estamos no desafio de continuar a melhorar a qualidade e produtividade da produção enquanto a gente reduz o desmatamento – ou seja, crescendo verticalmente, e não horizontalmente”, relata.
Guimarães cita duas alternativas para conseguir alcançar essa meta e que devem ser pensada concomitantemente. Em áreas já aberta e produtivas, é necessário investir mais em tecnificação para aumentar a produtividade, mudar práticas de uso de solo para aumentar a produção em unidade monetária e volume. O segundo bloco de ações se refere a áreas que ainda não estão desmatadas. Alguns exemplos são premiar agricultores que tem excedente de reserva legal, criar pagamentos de serviço ambiental ou desenvolver atividades econômicas que pressupõe a floresta em pé, com serviços e produtos florestais não madeireiros. “É uma combinação de melhorar o uso das áreas abertas junto com a valorização dos ativos que estão em pé. Você vai ter uma paisagem produtiva otimizada e a valorização de áreas que estão em pé”, resume.
Em áreas em que já há uma produção, há diversos tipos de reformulações que podem ajudar a reduzir a pegada de carbono. No entanto, Guimarães ressalta a importância de se analisar cada propriedade e negócio antes de implementar soluções. “Existe, na realidade, um perfil de uso de solo bastante variado na agricultura e pecuária. A gente tende a generalizar o uso de solo, mas ele é bem heterogêneo”, alerta. Sistemas agroflorestais, por exemplo, combinam atividades produtivas diferentes de diferentes ciclos e ajuda a aumentar a renda por hectare. No entanto, em uma grande escala, é muito mais difícil de ser concretizado. Nesses casos, há o sistema agrossilvipastoril: integrar lavouras, com espécies florestais e pastagens, com culturais mecanizáveis. Esse tipo de sistema também permite uma utilização mais eficiente da área.
Fonte: O Estadão - Economia & Negócios

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Como plantar árvores vira um grande negócio

"Então, o que impede que se invista mais em florestas?"
 (Foto: surajith/Pexels)
Vivemos numa época em que os recordes de temperaturas altas do planeta vêm sendo quebrados ano a ano, quase que ininterruptamente, desde 2001. O mais quente de todos foi 2016: 0,99 oC acima da média do século 20, como anunciou, em janeiro, a NOAA, órgão norte-americano para assuntos sobre meteorologiaoceanosatmosfera e clima. Diante desse cenário, muitos caminhos começam a ser construídos para cumprir o Acordo do Clima, firmado em Paris, em 2015, e conter a elevação da temperatura do planeta em menos de 1,5 oC, até 2100.
Acontece que diminuir o desmatamento e reflorestar — em outras palavras, manter florestas em pé e aumentar suas áreas — é atualmente a maneira mais efetiva e competitiva, em termos de custo, de mitigar o aquecimento global, segundo estudo da Mckinsey de 2007. Ou seja, plantar árvores traz enorme benefício para o clima e para o planeta, e o melhor: dependendo do modelo de plantio esse é um ótimo negócio, também, do ponto de vista financeiro.
Portanto, esse é o momento para a agenda de restauração florestal e de reflorestamento decolar, ganhar escala e entrar em qualquer portfólio de investimentos. Atrair capital público e privado para novos modelos de negócios nessa área será, inclusive, fundamental para cumprir uma das metas da NDC brasileira (os compromissos do país para o Acordo de Paris) de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.
Investir em árvores pensando em rentabilidade financeira não é novidade no Brasil. Já aconteceu com as chamadas florestas plantadas (pinus e eucalipto). No caso do eucalipto, a produtividade triplicou em um período de 40 anos. A maior parte do sucesso obtido aqui pode ser atribuído à tropicalização da silvicultura, isto é, um jeito nosso e próprio de cultivar essas árvores. Algo que só foi possível graças a recursos aportados em pesquisa e desenvolvimento (P&D).
O mesmo pode ser feito com espécies de árvores nativas do país. O desenvolvimento e a aplicação de tecnologias criarão a base para uma nova economia florestal tropical, que por sua vez abrirá caminhos para o reflorestamento em larga escala. Entre os muitos modelos de plantio possíveis, há aqueles com fins econômicos, que permitirão reflorestar com espécies nativas, mas ao mesmo tempo fazer uso comercial delas.
Então, o que impede que se invista mais em florestas? Uma das principais barreiras, constatadas em discussões internacionais — bem como em uma série de workhops promovida no país pelo Projeto VERENA (Valorização Econômica do Reflorestamento com Espécies Nativas) —, é a falta de incentivo a P&D para nativas. O VERENA identificou que é preciso implementar um programa pré-competitivo nesse sentido — um programa que responda às perguntas básicas de quem quer investir.
Por exemplo: por que espécies nativas ainda não são usadas em escala comercial? Quais espécies já foram domesticadas (estão dentro de um sistema de produção, com algum grau de melhoramento)? Como estimular/adotar plantios com modelos biodiversos (várias espécies cultivadas dentro de mesmo sistema)? Onde e em que estado de conservação estão os bancos de pesquisa e material genético dessas espécies (germoplasma)? Por que o eucalipto se tornou um caso de sucesso? A partir daí, será possível identificar quais espécies nativas podem ter sua produtividade aumentada, quais darão retorno financeiro mais rapidamente, quais serão mais valiosas no mercado e assim por diante. Isso inserirá as florestas na visão de futuro de investidores.
Programas de P&D levam décadas para mostrar grandes resultados, o que implica grandes investimentos por um período maior de tempo. Mas a boa notícia vem novamente do Acordo de Paris. O artigo 10 do tratado do clima estabelece uma visão de longo prazo sobre a importância do desenvolvimento e da transferência de tecnologias para reduzir emissões de gases do efeito estufa. Isso significa que países em desenvolvimento poderão captar recursos por meio de fundos bilateriais e multilaterais com o propósito de financiar tecnologias, como a de desenvolvimento de espécies arbóreas.
Não há dúvida de que a implantação de um programa pré-competitivo e robusto promoverá, no curto prazo, a melhoria no ambiente de negócios para o reflorestamento com nativas (menos risco ao investidor, com perspectivas de aumento de produtividade e, consequentemente, maior retorno econômico). Em suma, o acelerador para a implementação do que foi acordado em Paris passará pelo desenvolvimento de espécies nativas. Que tal investir nessa área?
Fonte: Huffington Post Brasil / WRI Brasil

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Plantar teca em Rondônia é um bom negócio

Embora não haja políticas claras voltadas ao incentivo do setor agroflorestal no estado ainda assim o cultivo da teca ainda um excelente negócio.

Carregamento de teca em Cacoal - Rondônia
Cacoal, Rondônia – 11 de fevereiro de 2017 – No Brasil, os plantios de florestas começaram há mais de um século. “Em 1903, o pioneiro Navarro de Andrade trouxe mudas de Eucalipto (Eucalyptus spp) para plantios que produziriam madeiras para dormentes das estradas de ferro. Em 1947 foi a vez do Pinus (pinus ssp.). Essas espécies se desenvolveram bem nas regiões onde foram introduzidas, o Eucalipto nos serrados paulistas e o Pinus no sul do Brasil. Como os recursos naturais da Mata Atlântica há muito vinham sendo delapidados, o plantio dessas espécies tornou-se uma alt6ernativa viável para suprir a demanda de madeira.
A década de 70 foi marcada pela política de incentivos fiscais para o reflorestamento, que começaram ainda na década de 60. Com esses incentivos foi possível ampliar consideravelmente o estoque de madeira nesses plantios (Braselpa, 2009).
Desde então se investiu em pesquisa sobre a silvicultura dessas espécies, consolidando seu uso em plantios comerciais. O brasil detém hoje as melhores tecnologias na silvicultura de eucalipto, atingindo cerca de 60 m3/há de produtividade, em rotações de sete anos. Existem plantios comerciais de outras espécies, como Acácia (Acácia mearnsii), Seringueira (Hevea spp), Teca (Tectona grandis), Paricá (Schizolobium parahyba), Araucária (Araucaria angustifólia) e Álamo (Populus sp)”.
Os plantios florestais apresentam-se em sua maior parte em sistema de monocultura. As pesquisas têm avançado na área de sistemas agroflorestais e silvipastoris que têm demonstrado resultados positivos nos aspectos econômicos, ambientais e sociais.
Algumas importantes funções das florestas plantadas são:
·         Diminuição da pressão sobre as florestas nativas;
·         Reaproveitamento de terras degradadas pela agricultura;
·         Sequestro de Carbono;
·         Proteção do solo e da água;
·         Ciclos de rotação mais curtos em relação aos países de clima temperado;
·         Maior homogeneidade dos produtos, facilitando a adequação de máquinas na indústria.
Deck de teca 
Apesar de todas essas vantagens, as políticas públicas de incentivo aos sistemas agroflorestais ainda não estão bem claras e não chegam aos que mais interessam aos pequenos e médios produtores rurais. Existem enormes potencialidades para desenvolvimento da silvicultura em todo estado de Rondônia, o estado dispõe de milhares de quilômetros quadrados potenciais para implantação de povoamentos florestais, inclusive com centenas de milhares de hectares de terras degradadas.
O estado também tem vocação madeireira, em tempos áureos as primeiras indústrias que predominavam no estado eram exatamente as empresas do segmento madeira, poderia se aproveitar parte da infraestrutura que ainda existe e a mão-de-obra já treinada em um setor que encontra situação marginal na região.
Com a forte demanda por madeira de teca no mercado mundial que já supera em muito a 3,5 milhões de metros cúbicos anuais, se faz necessário repensarmos as nossas vocações agrícolas para novos horizontes, para além da pecuária, piscicultura, café e soja. A teca (Tectona grandis) em Rondônia chega a fantásticos rendimentos de 20 m3 por há/ano. Rendimentos impensáveis nas regiões mais propícias para cultivo de florestas.
Ripas náuticas produzidas em Rondônia
A teca bruta ou em toras já está sendo comercializada em Porto Velho a R$ 1.400,00 por m3 ou aproximadamente U$ 450,00/m3. A madeira de teca serrada e beneficiada já está saindo do estado a mais de U$ 5.000,00 /m3, só para se ter uma ideia do potencial dessa cultura que nos oferece pelo menos cinco cortes durante o seu ciclo de 25 anos. Se imaginarmos que teca rende no mínimo 400 m3 por hectare durante todo ciclo, podemos ter uma ideia da rentabilidade de um hectare de teca, aproximadamente U$ 180.000,00.
Não acredita, pois faça as contas e procure imediatamente um técnico ou instituição governamental que lhe possa fornecer maiores informações sobre projetos, financiamentos, mudas, sementes, etc. Por falar em financiamentos existem várias linhas de créditos para projetos agroflorestais ou florestais, através do Banco da Amazônia, Banco do Brasil ou o próprio BNDES.

Fonte: Sistema Florestal Brasileiro / Depto. de Marketing Amazonteca (69) 98413-5151